quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

TEMPO DE LUTA E RESISTÊNCIA...


“O tempo escorre pela ampulheta,
É ele o contador da história que construímos,
O tempo que cura saudades,
Que em mais-valia capitalista
Explora cada trabalhador/a na sua labuta,
O tempo é também  contradição,
Que prepara a luta,
Tece a resistência,
Da mulher contra sua opressão,
Dos/sem terra contra os latifúndios,
Dos idosos contra a indiferença,
Do povo que resiste
ao jugo da tirania e barbárie.
O tempo hoje exige emancipação humana,
Não quer mais silenciar, omitir,
ignorar, obliterar,
O tempo quer ser outro,
quer se escrever em outras páginas,
Quer se revelar, ebulir de indignação,
denunciar,
se revolucionar.
O tempo deve ser o nascedouro da palavra,
Do grito sufocado por  justiça,
Dos amores libertários
que há tempos se escondem em guetos.
O tempo prescinde de poesia, música, da prosa,
da roda de viola,
Deve abrir alas para alegria,
Para a diversidade em arco-íris desfilar
Em paradas em céu aberto e claro do dia.
Este é o tempo do desejo,
Da defesa dos direitos,
De reafirmar atitudes críticas e combativas,
É o tempo da semeadura de sonhos.
Que este tempo que brota da nossa resistência
Adormeça a dor, a tristeza, o preconceito,
o individualismo
E que possa colorir o cinza
das cidades concretadas cheias de medo,
Tão insensíveis as pessoas
e a flor que reitera na calçada.
Que este tempo possa renovar a alquimia
De nossas conquistas de cada dia,
E que o tempo que nós vivemos traga na sua outra face a sonoridade da liberdade, um verde mais vicejante de esperança,
E que em todos os seus versos
Tenha a emergência da luta e da resistência,
No tempo em que lutar
É tão necessário quanto viver, respirar...”

(Andréa Lima)




Um comentário:

  1. Sopra um vento do deserto carregado de esperança. Ele vem da multidão de mulheres, meninas, meninos e homens,que gritam no Egito, na Tunísia, na revolta popular do povo árabe. E toca a todo o mundo. E há dias mostra que, sim, hoje, mais que nunca, é tempo de resistir e lutar. Que tempo de luta e resistência é sempre. Esse grito se encontra com os povos, lutadores e lutadoras de todo o mundo, desde o Fórum Social Mundial, em Dakar, convocando a todos(as) para agir contra o capitalismo, o patriarcado, o colonialismo e a opressão sob todas as formas. Vem da América Latina e do povo brasileiro, que resiste a Belo Monte; das mulheres, que lutam por sua autonomia e liberdade, contra a violência do patriarcado, do capital, dos conservadores de sempre; vem dos movimentos libertários em defesa da liberdade de desejar, viver, amar. Vem de todos e todas que rejeitam e são a prova viva de que não há fim pra história. E denunciam que todo pragmatismo é a posição dos(as) que aceitam e sucumbem aos caminhos mais fáceis. É tempo, mais que nunca, de resistir em não deixar de lutar. E em acreditar na luta. Resistir pra avançar, numa ofensiva pelo fim de toda opressão, exploração e injustiça. É com essa esperança reavivada na luta que apoio a chapa para o CFESS - Tempo de Luta e Resistência. Porque sei que carregam essas lutas em seu projeto, em suas trajetórias, em seus corações. E que cumprirão os compromissos com o avanço do projeto político profissional em sintonia, e profunda articulação, com as lutas de hoje e de sempre. Adiante, companheiras! E que sopre o vento...

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