sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

TEMPO DE LUTA E RESISTÊNCIA É TAMBÉM POESIA...

Nas duas últimas eleições para o CFESS fiz duas poesias, uma para a chapa “Atitude Critica para avançar na luta” que vai finalizando sua brilhante e ousada gestão e, agora em 2011 para a chapa “tempo de luta e resistência”. Bem, talvez alguém indague, dá certo misturar poesia com política, com um projeto de profissão, com chapas do CFESS?
Diria, a tais desavisados, que estas poesias são moldadas pelo mesmo cimento que faz história, ela não se inscreve por acaso, e sim insculpidas pelas nossas ações, palavras e pelo combate diário.
A poesia faz parte do antagonismo, da dualidade. Viaja da poesia romântica de Byron, Rimbaud à poesia moderna de Bandeira, de Drummond. A poesia é a delicadeza da arte de Cora Coralina e a acidez necessária de Hilda Hilst. É antropofágica e bucólica, é o verso de Patativa do Assaré que fala do povo e da cultura nordestina, mas, é, também, o anseio das multidões que se traduz nos versos de Maiakovski: REVOLUÇÃO.
A poesia se inscreve e preenche todos os espaços, cantos e recantos. O poeta Gentileza, por exemplo, espalhou sua poesia nos muros. A poesia é o teatro do oprimido. É o amor parnasiano, mas é, também, indignação e política. É a vida cotidiana revelada em metáforas. A poesia é um pedaço de todo mundo em estrofes ou redondilhas, é sem dúvida uma chave-mestra que nos liberta  de nossas pequenas e grandes prisões.

Pela janela da poesia podemos ver o sol indo descansar no estuário do Potengi, a feiúra das misérias humanas, a esperança e fé do povo sertanejo em mais um dia de seca e fome. Desta mesma janela dá para ver o belo e o feio da vida em suas contradições latentes. Ver o amor, a amizade, ver até a felicidade, o companheirismo, saudades. Ver a desigualdade social e a corrupção descarada deste país. Cores reais e nítidas passeiam pela poesia. A poesia fala, denuncia... Ela é diversa, exprime o idílio e a revolta.
Por isto, posso dizer que fazer poesia para esta chapa é resgatar o lirismo e combiná-lo com o protagonismo de cada integrante da chapa. A poesia se explicita em cada conquista do conjunto CFESS-CRESS; é a aprovação do PL 30 horas, são as resoluções do CFESS que fortalecem e legitimam cada vez mais o Serviço Social como uma profissão afinada com as demandas da classe trabalhadora.
A poesia é ver nossa categoria em encontros, debates, conferências, em marcha por Brasília unificada pela luta e resistência de uma profissão que entre tantas batalhas da vida, constrói sua própria poesia por meio da luta coletiva. Poesia é ver o Serviço Social em movimento. Poesia é ter a companheira Sâmya coordenando esta chapa, que conheci quando eu fazia movimento estudantil e ela já militava na ABEPSS, com sua ética afinada, com a política vazando pelos poros, com sua elegância na alma, com um encanto de ser a própria poesia.
Sabe o que é poesia? É ver tantas companheiras/os disponibilizando horas de trabalho militante para esta profissão, abdicando de tempo com suas famílias e amores e se dedicando ao nosso projeto coletivo. Poesia é romper caminho numa conjuntura tão adversa e ter esperança de construir uma sociedade socialista.
Por isso apoio e me inspiro nesta chapa... pois todas as horas em que lutamos face às formas de opressão e exploração, estamos buscando a liberdade de expressão política, o nosso afeto, o nosso corpo, a liberdade de poder e ter onde trabalhar, plantar, colher, buscando a liberdade de fazer deste blog e de mais uma eleição para o CFESS um canto de poesia, de luta e resistência. É tempo sim, de fazer poesia... (Andréa Lima - Profa. UFRN)
Estão na foto (de cima para baixo): Rosa Lúcia Predes Trindade, Marcelo Sitcovsky Santos Pereira, Alessandra Ribeiro de Souza, Maria Elisa dos Santos Braga, Juliana Iglesias Melim, Esther Luíza de Souza Lemos, Maurílio Castro de Matos, Sâmya Rodrigues Ramos, Marylucia Mesquita e Kátia Regina Madeira. Não estão na foto os seguintes membros da chapa:  Marinete Cordeiro Moreira; Raimunda Nonata Carlos Fereira [Ramona]; Maria Lúcia Lopes da Silva; Heleni Duarte Dantas de Ávila; Marlene Merisse; Alcinélia Moreira de Sousa;  Erivã Garcia Velasco [Tuca] e  Janaine Voltoline de Oliveira.

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